Quando vamos fazer alguma coisa?

Enquanto estava a caminho do hotel, na noite de ontem, perguntava a mim mesma: "Qual será a próxima tragédia que ocorrerá?" Sempre que vejo notícias tristes, sejam de ordem natural ou humana, fico a imaginar o que virá pela frente, mais ontem não ouvi nada que me entristecesse, acho que é devido ao avião. Sim, o avião, ele sempre me deixa medrosa e insegura, pois não é como carro, que estou no controle...

Ao entrar numa loja hoje a tarde, fui surpreendida pela notícia do que ocorreu no Rio, imediatamente lembrei-me de meus pensamentos da noite anterior. No momento, achei que as crianças estavam feridas, proferi algumas palavras feias contra o atirador e continuei em minha tarde de compras. Porém hoje a noite, assistindo ao JN chorei...

Senti um buraco formar-se em minhas entranhas e minha vontade era estar naquele lugar, abraçando, consolando e quem sabe, podendo dizer a alguém: "Seu filho está bem, logo estará em seus braços!". Como não podia, me veio uma série de indagações como: O que está acontecendo? Por que este homem fez isso? Será que o policial não poderia estar por perto e ter impedido antes de acontecer? Por que hoje não foi feriado, para as crianças estarem em casa?

Meu DEUS do céu, acredito que nunca a humanidade foi tão fria, tão sem razão e sentido. 

Eu poderia supor mil causas que levaram o atirador a cometer tal barbaridade, porém o que precisamos é de solução, é saber onde nós, como pais, amigos, mestres, sacerdotes, família, estamos errando. Por que estamos vendo crescer uma geração do "pode tudo", dos "sem limites", onde jovens que se intitulam Emos, vão para o último andar de um shopping e se jogam. Namorados inconformados, trucidam moças em sua mais tenra idade. Filhos chateados, esperam os pais dormirem para mata-los a pauladas. Rapazes entediados, vão ao cinema ou na escola mais próxima e descarregam sua ira através de um revólver.

É distúrbio psicológico, alega sempre a defesa, caso que eu como psicóloga, considero demais, porém na época de nossos tataravós não existiam psicopatas? E por que então eles não matavam todo mundo?

E nós, como ficamos? Ficamos na nossa mesma rotina, e sempre achando que estas coisas só acontecem bem longe de nossa casa, pois nela, já existe amor demais, esforço demais, diálogo demais, portanto, o destino nunca nos pregará uma peça dessas. Aí volto pra o parágrafo acima quando falei da geração "pode tudo", limites e regras, existem para serem respeitados e inseridos, não para serem permutados em presentes e mimos.

Enfim, não tenho a resposta para todas as questões, mais a pergunta eu tenho: "QUANDO VAMOS FAZER ALGUMA COISA?

O que mais desejo esta noite, é que um dia, estes pais que perderam seus filhos, voltem a sorrir!

*Deixo claro, que não estou trazendo a tona as questões psicológicas, espirituais e emocionais que levaram este rapaz a cometer este crime. Muito menos culpar outros pelo que ele fez. Transmito somente uma opinião pessoal, de extrema revolta.