segunda-feira, 28 de março de 2011

Cibele Dorsa

Ontem, no almoço familiar, fiquei surpresa ao ver meu pai falar de uma certa atriz que havia pulado do sétimo andar. Curiosa como sou, perguntei quem era, e ele como um homem super antenado em relação a celebridades (ao contrário...rs), não soube me dizer quem era. Em minhas pesquisas, descobri tratar-se de Cibele Dorsa. Isso mesmo, aquela com pinta e aparência à La Cindy Crawford.
Confesso, que me veio um misto de pesar e curiosidade em saber o que levou aquela moça a fazer tal coisa, visto que aparentemente ela estava bem e bonita, era, de certa forma, famosa, morava num local bacana, estava em cartaz com uma peça da qual era a bela adormecida e vou até arriscar a dizer que pra uma celebridade, ela era feliz, visto que as pessoas dão tanta importância a certas coisas e dia desses ela estava dando entrevista na revista CARAS.
Ao pesquisar mais um pouco sobre sua vida, descobri que este "mar de rosas" que imaginei, não era bem assim. Cibele havia perdido seu noivo, Gilberto Scarpa em janeiro, o qual também suicidou-se. Passara por um acidente traumatizante anos antes, que levara um grande amigo a morte, estava impedida de ver seus filhos (não vou entrar no mérito se era merecido ou não) e o pior, estava afundada em drogas.
O que me deixou mais chocada, foi o fato de antes de jogar-se de seu apartamento, Cibele twitar sobre a atitude a ser tomada minutos depois. Ela escreveu: “Lamento, eu não consegui suportar a morte nos meus braços, mas lutei, até onde eu pude.”. Em seguida, escreveu uma carta a revista CARAS sobre os dissabores de sua vida.
Fiquei a me perguntar, que mundo é este em que vivemos?
É tão estranho ter certeza que minha teoria a respeito do suicidio está certa. Acredito que na maioria dos casos, o suicidio é na realidade, um grito de SOCORRO. Se Cibele tivesse uma camêra em sua frente e como telespectadores os pais de seus filhos, alguns amigos e algumas pessoas de sua família, ela poderia talvez externar toda dor que estava sentindo. Ela teria o direito de gritar, xingar e bater naqueles que a fizerem e estavam fazendo ela sofrer, inclusive a dor em seu peito, que para ela era insurpotável.
Para mim, usar meios de comunicação para dizer que vai se matar, é um baita de um grito da alma clamando por um: "Ei, estou tirando minha vida, se alguém aí se importa, faça o favor de não deixar e me ajudar a sair do fundo do poço."
Talvez fosse isso que Cibele e milhares de pessoas que retiram sua vida num ato de impulsividade queriam. Talvez ela queria arrancar a dor que estava sentindo e não encontrava solução. Talvez o mundo que vivemos, onde relacionamentos são descartáveis e pessoas são meros passaportes pra chegar onde queremos, seja um empurrão pra tais pessoas que em dado momento da vida, sentem-se um "zero a esquerda" e clamam por atenção. Talvez, talvez, talvez...
Em meio a tantos talvez, uma certeza tenho, que ela não é a primeira, nem a última a tirar sua vida por acha-la vazia, mais meu desejo é que tais eventos não nos torne mais desumanos em relação ao amor ao próximo. Não nos torne mais "robôs" e menos "gente" na busca por nossos ideias. Mais nos faça mais sensíveis na luta por uma vida.
Meus mais profundos sentimentos a familia desta moça. Que todos, inclusive seus filhos, consigam superar tamanha perda.



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